A desvalorização do real frente ao dólar tem sido uma preocupação constante para o brasileiro. Nos últimos anos, o poder de compra da nossa moeda vem caindo, influenciado por fatores internos e externos, como a inflação elevada, incertezas políticas e o cenário econômico internacional. Esse enfraquecimento do real não só afeta quem planeja uma viagem ao exterior, mas também pesa no dia a dia, com o encarecimento de produtos importados e itens que, mesmo produzidos localmente, têm custos dolarizados, como combustíveis e eletrônicos.
Para avaliar esse poder de compra de maneira mais prática, temos o Índice Big Mac, um indicador criado pela revista The Economist que compara o preço do famoso sanduíche em diversos países. O conceito é simples: se um Big Mac custa, por exemplo, US$ 5 nos EUA, mas o preço em reais equivale a muito mais do que isso no Brasil, é sinal de que o real está subvalorizado em relação ao dólar. Esse índice, ainda que lúdico, é uma forma didática de entender a desvalorização da nossa moeda frente a outras economias, especialmente a americana.
A pergunta então é: como se proteger? Uma estratégia relevante é dolarizar gradualmente parte do patrimônio. Ou seja, destinar uma fração dos investimentos para ativos dolarizados ou lastreados em dólar, como fundos internacionais, ações estrangeiras ou até mesmo criptomoedas, que têm se consolidado como alternativa nesse sentido. Essa prática ajuda a proteger o capital contra a volatilidade do real, proporcionando uma reserva em uma moeda forte e relativamente mais estável.
No entanto, é importante fazer essa dolarização de forma gradual e contínua. Movimentos bruscos podem levar a perdas financeiras, especialmente em um cenário onde o dólar também oscila, e por isso a diversificação deve ser feita com cautela e de acordo com o perfil de cada investidor.
Em um mundo cada vez mais globalizado, ter parte do patrimônio em uma moeda forte já não é um luxo, mas uma necessidade para manter o poder de compra e, assim, proteger o planejamento financeiro a longo prazo. Afinal, com o real enfraquecido, o preço do Big Mac pode até parecer uma questão trivial, mas os impactos vão muito além.