Quando falamos de boa comida, muitos imaginam pratos fartos, mesas cheias e abundância em cada garfada. Mas será que “comer bem” é realmente comer muito? Hoje quero refletir sobre o que, na minha visão, realmente faz uma refeição ser boa — e talvez não seja o volume que muitos esperam.
Em um mundo de excessos, acabamos associando quantidade à qualidade. Porém, “comer bem” vai muito além disso. É escolher ingredientes frescos, sentir o aroma dos temperos, valorizar o ponto certo de um legume ou a cremosidade de uma sopa feita com cuidado. Comer bem não é sair da mesa com aquela sensação de peso, mas sim satisfeito, nutrido e com a experiência dos sabores.
É claro que apreciar uma boa comida faz parte do prazer de viver. Mas será que, se diminuirmos as porções e aumentarmos a qualidade dos ingredientes, a experiência não ficaria ainda mais especial? Pense na última vez que você experimentou algo simples, mas bem-feito — um pão fresco, um queijo artesanal ou um molho caseiro que te fez fechar os olhos ao provar. Esses momentos nos lembram que “comer bem” é sobre qualidade, atenção aos detalhes, e sobre o respeito que dedicamos aos ingredientes.
Na próxima vez que se sentar à mesa, que tal refletir sobre isso? Quem sabe, com uma porção menor, mas feita com mais amor e capricho, você encontre um novo significado para o verdadeiro prazer da gastronomia.
Nícolas Magalhães
Gastrônomo
@magalhães.cozinha