O Brasil não tem sistema público adequado em Saúde mental e precisa mudar urgente o modelo de assistência. No Rio Grande do Sul, a tendência é de piorar as doenças psíquicas após a enchente. Esses foram alguns dos resultados da audiência pública presidida pelo deputado dr Thiago Duarte (União Brasil), integrante da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
O encontro teve representantes das secretarias municipal e estadual de Saúde, da Polícia Civil, do Instituto Psiquiátrico Forense, do Hospital São Pedro e renomados psiquiatras como Antônio Geraldo, presidente da Sociedade Brasileira de Psiquiatria.
“Estamos 30 anos atrasados no atendimento em Saúde mental da rede pública. É uma idiotice acabar com hospitais psiquiátricos. E os Caps, não existe estudo que mostre a eficiência”, observou Geraldo.
O diretor do Simers, dr Ricardo Nogueira, criticou o desrespeito com as pessoas com doença mental.
“Na pandemia de crack, fecharam vagas nos hospitais. Na Covid, aumentaram os casos de depressão e ansiedade. A assistência em Saúde mental foi destruída na área pública”, destacou.
Conforme a representante da Saúde estadual, o RS possui atualmente 1.472 leitos em hospitais gerais e 632 leitos em hospitais psiquiátricos, com 224 Caps, a maior rede do país. Mas no ano passado houve uma redução de 223 leitos do setor.
Dr Thiago Duarte ressaltou que é preciso respeitar a pessoa com transtornos, terminar com o estigma de quem precisa de tratamento adequado e não é acolhido no sistema público. “Vamos encaminhar um pedido de providências às secretarias municipal e estadual. Queremos saber quantos leitos psiquiátricos foram reduzidos e o tempo médio de espera para internação, entre outros questionamentos”, afirmou o parlamentar.
TEXTO: WILSON ROSA, JORNALISTA E ASSESSOR GABINETE DR THIAGO DUARTE
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FOTOS: VICTOR FRANCISCATTO