Eduardo Leite inaugura nova Cadeia Pública de Porto Alegre e encerra capítulo marcado por superlotação e violações

O governador Eduardo Leite entregou nesta quarta-feira (10) a nova Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA), após uma readequação completa que marca o fim de décadas de problemas estruturais e superlotação em um dos presídios mais criticados da América Latina. O investimento total foi de R$ 139 milhões, com obras iniciadas em julho de 2022.

O antigo prédio, construído em 1959 e inaugurado em 1962, foi totalmente demolido para dar lugar a um complexo penitenciário moderno e alinhado às exigências atuais do sistema carcerário. A nova estrutura conta com nove módulos de vivência, oferecendo 1.884 vagas, incluindo celas adaptadas para pessoas com deficiência.

Entre os diferenciais, estão o uso de concreto de alto desempenho — mais resistente a impactos, fogo e variações de temperatura — e um novo conceito de segurança, que permite a atuação dos agentes sem contato direto com os internos. Redes de proteção também foram instaladas para evitar o lançamento de objetos por drones.

Durante a inauguração, Leite destacou que o espaço simboliza uma virada de página na história do Estado:
“Por muitos anos, o Presídio Central foi o retrato da falência do Rio Grande do Sul. Hoje mostramos que recuperamos a capacidade de investir e de entregar dignidade e segurança em nosso sistema prisional.”

O secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobom, reforçou que a obra representa mais que infraestrutura:
“A nova CPPA é sinônimo de planejamento e coragem. Garantimos segurança para servidores e dignidade no cumprimento das penas.”

O projeto foi executado pela empresa Verdi Sistemas Construtivos, sob coordenação da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo e fiscalização da Secretaria de Obras Públicas.

Investimento histórico no sistema prisional

Desde 2019, o governo do Estado já aplicou mais de R$ 1,4 bilhão no sistema penitenciário, sendo R$ 1,3 bilhão apenas em obras. A previsão é de criar mais de 12 mil novas vagas até 2026, além da aquisição de tecnologias, viaturas e equipamentos de segurança para a Polícia Penal.

Para o titular da Secretaria de Segurança Pública, Sandro Caron, a inauguração reforça o compromisso do Estado com a segurança da sociedade:
“Segurança pública também se constrói dentro do sistema prisional. Hoje damos um passo decisivo para virar a página de um passado de abandono.”

Com a entrega, o Rio Grande do Sul transforma um dos maiores símbolos de sua crise estrutural em referência de modernização e segurança.

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