Um passo importante para a redução do abandono e da evasão escolar no Ensino Médio.

Depois que terminar o ano, vou largar isso aqui e trabalhar na fruteira do meu tio — disse-me, certa vez, um dos melhores alunos da turma.

Ao longo da minha trajetória como educador, deparei-me com incontáveis casos de jovens transitando da infância para a adolescência com escassas perspectivas de futuro.

Essa realidade sempre me incomodou profundamente, principalmente ao perceber que muitos desses estudantes não veem na educação um caminho viável para o seu próprio desenvolvimento.

Neste contexto, a recente implementação do Programa Pé-de-Meia surge como um caminho concreto para mitigar o abandono e a evasão escolar durante o ensino médico.

Por meio de um incentivo financeiro-educacional, na forma de poupança, o programa visa promover a permanência e a conclusão escolar dos estudantes de baixa renda das escolas públicas.

Entretanto, devemos reconhecer que essa ação, apesar de significativa, não é uma panaceia. Para uma solução mais abrangente e efetiva, é necessário haver pesados investimentos estruturais e pedagógicos no ensino médio.

Isso inclui a modernização da infraestrutura das escolas, garantia de um quadro docente suficiente e com formação adequada, além de um currículo que seja tanto desafiador quanto relevante para os jovens.

Divisor de águas na educação.

O ensino médio é um divisor de águas que pode abrir portas para oportunidades ou, se negligenciado, perpetuar ciclos de desvantagem. Por isso, iniciativas como o Programa Pé-de-Meia são passos essenciais nessa jornada, mas é fundamental serem acompanhadas por um compromisso contínuo e abrangente com a melhoria da qualidade e da acessibilidade da educação.

Somente assim poderemos garantir um futuro melhor para os jovens.

Luís Felipe Loro é professor, Mestre em Educação, especialista em Gestão Pública e
coordenador de projetos. É também co-fundador da empresa “Te Puxa!”, e diretor do Instituto
Desenvolver desde 2018.

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