Quem cuida merece cuidado

“Queira o bem de todos os seres. Isso inclui você.”
Monja Coen.

É com essa reflexão que início minha coluna de hoje. Neste último mês muito se falou sobre a Conscientização a cerca do Autismo. Isso é inegavelmente importante, mas me questiono… afinal quem cuida de quem cuida?

O diagnóstico do TEA surpreende a família de diversas formas. Apesar de toda família estar envolvida, eventualmente é a figura materna da criança com TEA que toma a frente de todas as posições e responsabilidades sobre a criança, e isso pode gerar uma sobrecarga a partir do momento em que a mãe deixa de realizar suas atividades cotidianas e consequentemente isso pode vir a causar danos e prejuízos, tanto físicos como emocionais. Essas mães tendem a abdicar de suas responsabilidades, de seus projetos de vida, e com isso acabam se sobrecarregando.

A sobrecarga dessas mães se dá a sua rotina diária ser suportada pelo seu sentimento de amor que ela sente pelo seu filho, que se dá por ela amar seu filho acima de qualquer outra coisa, e por ela se sentir cansada, sobrecarregada com as demandas que seu filho demanda dela.

Cuidar de quem cuida ainda não é uma prática comum, pois, na maioria das vezes, todos os olhares estão voltados para a criança com TEA. E, com tantas demandas no dia-a-dia, esses cuidadores não cuidam de si, entretanto, quem cuida também precisa ser cuidado.

Precisamos fomentar políticas públicas para implantação de programas de intervenção mais integrado mãe-filho, em que não só o filho tivesse atendimento, mas seus cuidadores também.

Daniela Joaquim
Psicopedagoga Especialista em Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica
Mestre em Psicologia-Desenvolvimento Humano e Saúde Mental
Atende na Clínica Espaço SIM – (51)999626065

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