Médico é condenado por homicídio culposo e falsidade ideológica após morte de parturiente em Parobé

Na terça-feira (10), a Justiça condenou o médico denunciado pelo Ministério Público do RS por deixar uma compressa cirúrgica (gaze) no corpo de Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, durante um parto realizado no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé. Mariane morreu dois meses após o procedimento, deixando seis filhos, entre eles o recém-nascido.

O caso ocorreu em 12 de junho de 2023. Dois dias após o parto, Mariane recebeu alta. Com dores abdominais persistentes, ela procurou ajuda médica novamente dois meses depois, e veio a falecer em 23 de agosto do mesmo ano. A denúncia foi oferecida em julho de 2024 pela promotora Sabrina Cabrera Batista Botelho.

O réu foi condenado a:

O juiz rejeitou a substituição da pena por medidas alternativas. Segundo a promotora, o médico tentou se eximir da culpa atribuindo a morte a supostos fatores sociais e de higiene pessoal da vítima, o que foi refutado pelas provas técnicas do processo.

“Ficou evidente que o réu, para fugir da responsabilização, tentou culpar a vítima e sua condição social pela morte. Fez comentários ofensivos sobre a capacidade intelectual dela, referência ao fato de ela ter sido atendida pelo SUS e ainda argumentou que a vítima não teve cuidados de higiene e teve contato com água de enchente. As provas colhidas, entretanto, demonstraram o agir negligente e imprudente do acusado, tendo sido comprovado pelo Ministério Público que o réu cometeu homicídio culposo no exercício da medicina, ao deixar uma compressa cirúrgica na cavidade abdominal da parturiente, o que causou sua morte”, ressaltou a promotora de Justiça, Sabrina Botelho.

Fotos: Internet e arquivo pessoal.

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