Quase 700 produtos brasileiros ficam isentos de nova tarifa dos EUA; calçados serão taxados em 50%

Suco de laranja, combustíveis e minérios estão entre os produtos isentos da nova tarifa de importação imposta pelos Estados Unidos. Ao todo, 694 itens brasileiros ficaram de fora da Ordem Executiva assinada nesta quarta-feira (30) pelo presidente norte-americano Donald Trump, que aumenta para 50% a tarifa sobre a maioria das importações vindas do Brasil. As taxas entram em vigor a partir da próxima quarta-feira, 6 de agosto.

Entre os produtos isentos da tarifa estão: suco e polpa de laranja, combustíveis fósseis, minérios e fertilizantes, aeronaves civis e suas peças, polpa de madeira e celulose, metais preciosos e produtos energéticos.

A lista completa de produtos não taxados pode ser consultada no Anexo I da Ordem Executiva, publicada no site oficial da Casa Branca.

Entretanto, produtos como café, frutas e carnes serão atingidos pelo novo imposto, sendo taxados em 50% a partir de 6 de agosto.

Abicalçados alerta que tarifa pode inviabilizar exportações aos EUA

A decisão do governo dos EUA causou grande preocupação no setor calçadista brasileiro. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) alerta para danos irreversíveis nas exportações e projeta um impacto direto sobre o emprego e a competitividade internacional do setor.

“Temos empresas cuja produção é 100% voltada ao mercado norte-americano. Com uma tarifa de 50%, nossos produtos se tornam mais caros do que os da China, que paga 30%. Estimamos uma perda de 8 mil empregos diretos”, afirmou Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados.

Atualmente, os Estados Unidos são o principal destino das exportações de calçados brasileiros, representando mais de 20% do valor total exportado pelo setor. Somente no primeiro semestre de 2025, foram exportados aos EUA 5,8 milhões de pares, ao valor de US$ 111,8 milhões, crescimento de 7,2% em valor e 13,5% em volume na comparação com 2024.

Para tentar minimizar os efeitos da decisão, a Abicalçados negocia junto ao governo federal e aos estados uma série de medidas paliativas, como linhas de crédito para cobrir o ACC em dólar com juros externos; ampliação do Reintegra para exportadores; liberação de créditos acumulados de ICMS; e reedição do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm).

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