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Os preços não param de subir. Quem são os reais culpados?

Nos últimos meses, muita gente tem sentido no bolso o impacto da inflação. Produtos essenciais como o café, o ovo e o azeite de oliva dispararam de preço. Esses aumentos pontuais têm explicações específicas, mas a inflação como um todo tem uma causa principal: a falta de responsabilidade fiscal do governo.
Os motivos para o aumento dos preços variam, mas alguns fatores são determinantes:
- Alta dos custos de produção: Se os insumos usados na produção ficam mais caros, o preço final do produto também sobe. O azeite de oliva, por exemplo, teve forte aumento porque houve uma quebra na safra de azeitonas na Europa, reduzindo a oferta do produto.
- Aumento da demanda: Quando muitas pessoas querem comprar um mesmo produto e ele está em falta, o preço sobe. Isso aconteceu com os ovos recentemente, devido a surtos de gripe aviária que reduziram a quantidade de galinhas poedeiras.
- Gastos do governo e falta de responsabilidade fiscal: O aumento de preço de alguns itens tem motivos específicos, como os mencionados acima. No entanto, a inflação como um todo é gerada, principalmente, pela falta de responsabilidade fiscal do governo. Quando o governo gasta muito mais do que arrecada, precisa emitir mais dinheiro ou se endividar, o que acaba gerando inflação. Isso ocorre porque há mais dinheiro circulando na economia, mas a quantidade de produtos é a mesma, resultando em um aumento generalizado dos preços.
- Câmbio e preços internacionais: O café, por exemplo, sofreu alta porque sua cotação no mercado internacional subiu, tornando-o mais caro também para os brasileiros. Além disso, o câmbio é fortemente afetado pelas políticas fiscais do governo. Quando há descontrole nos gastos públicos, os investidores perdem confiança, o dólar sobe e os produtos importados ou que dependem de insumos internacionais ficam mais caros, aumentando os custos de produção e, consequentemente, os preços no mercado.
Mesmo que não possamos controlar a inflação, podemos tomar algumas atitudes para reduzir seus impactos:
- Fazer compras com planejamento: Comparar preços e buscar alternativas mais baratas pode fazer diferença.
- Evitar dívidas com juros altos: Em tempos de inflação alta, os juros também sobem, tornando os financiamentos mais caros.
- Investir de forma inteligente: Aplicar dinheiro em ativos que protejam contra a inflação, como Tesouro IPCA+ e fundos imobiliários, pode ajudar a manter o poder de compra no longo prazo.
- Dolarizar os investimentos: Investir parte do patrimônio em moeda forte, como o dólar, é uma forma eficaz de se proteger contra a desvalorização do real e manter o poder de compra a longo prazo.
A inflação é um desafio para todos, mas com informação e planejamento é possível minimizar seus impactos e manter a saúde financeira em dia.
Ricardo Todeschini
Assessor de Investimentos
(51)99877-4925
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