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Ansiedade

Quando a rotina se torna o gatilho silencioso

Nos últimos anos, tenho observado em meu consultório um número cada vez maior de pacientes que chegam sem saber exatamente o que sentem, apenas com a certeza de que “tem alguma coisa errada”. Muitos relatam cansaço constante, dificuldade para dormir, uma inquietação que não sabem explicar, além de uma sensação de estar sempre devendo algo, mesmo quando fizeram tudo o que podiam. O curioso é que, ao contrário do que muitos pensam, essas pessoas nem sempre vivem grandes tragédias ou problemas evidentes. Muitas vezes, elas “apenas” estão tentando dar conta da rotina. E é justamente aí que mora um dos grandes vilões do nosso tempo: a má administração da vida cotidiana.

Vivemos em um mundo que valoriza a produtividade acima de tudo. Acordamos com o celular apitando, tomamos café com pressa, nos dividimos entre demandas profissionais, compromissos pessoais, redes sociais e tarefas domésticas — tudo isso sem parar para respirar de verdade. O tempo livre virou exceção e o descanso, quase um luxo. Essa pressão constante, essa sensação de urgência permanente, é um terreno fértil para a ansiedade se instalar ou se agravar. Muitas pessoas acham que ansiedade é só sentir nervosismo antes de uma reunião ou de uma decisão importante. Mas a ansiedade patológica vai muito além. Ela pode se manifestar em sintomas sutis, que a gente costuma ignorar ou justificar com frases como “é só estresse”, “vai passar”, ou “é coisa da minha cabeça”. Mas não é.

Entre os sintomas mais comuns estão o sono leve ou interrompido, a dificuldade de concentração, o cansaço desproporcional, dores no corpo sem causa aparente, aperto no peito, pensamentos acelerados e a constante antecipação de que algo ruim pode acontecer. São sinais de que o corpo e a mente estão em estado de alerta contínuo — como se estivessem sempre se preparando para uma ameaça, mesmo quando não há uma.

E o mais importante:

Ansiedade tem tratamento. Com o acompanhamento adequado, é possível entender as causas, aliviar os sintomas e retomar o equilíbrio. Muitas vezes, o primeiro passo é procurar um psiquiatra, que vai avaliar se há necessidade de tratamento medicamentoso, além de orientar mudanças na rotina e, quando indicado, encaminhar para psicoterapia. O objetivo não é apenas “funcionar melhor”, mas viver com mais leveza, com mais saúde emocional, com mais presença.

Se você se identificou com o que descrevi aqui, saiba que isso não é frescura, nem sinal de fraqueza. É sinal de que algo dentro de você está pedindo atenção e cuidado. E cuidar da mente é tão necessário quanto cuidar do coração, dos pulmões ou de qualquer outro órgão. Não espere chegar ao limite. Buscar ajuda é um ato de coragem — e pode ser o primeiro passo para transformar sua relação com a rotina, com o tempo e, principalmente, com você mesmo.

Agende uma consulta 📲51-993653783.

Por Dr. Paulo Caponi – Medico Pós graduado em Saude Mental e Psiquiatria.

Redação - Jornal do Povo

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