
Entre os dias 14 e 21 de agosto, Taquara foi o epicentro de um importante encontro nacional de arte e cultura: a residência da Rede Nacional de Escolas Livres de Formação em Arte e Cultura. O evento foi sediado pelo Instituto Pró-Cidadania (IPC), organização taquarense reconhecida por seu trabalho de inclusão e formação cultural, e reuniu representantes de diversas regiões do país em uma programação voltada à troca de saberes, fortalecimento de vínculos e construção de políticas culturais emancipadoras.
A residência promoveu encontros itinerantes, rodas de conversa, oficinas e partilhas em diferentes espaços da cidade, como o Sesc Taquara, o Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul) e cafés locais, reforçando o papel de Taquara como território fértil para o desenvolvimento de metodologias livres de ensino e práticas culturais baseadas na escuta, na vivência e na justiça social.
Taquara no centro do debate nacional sobre educação cultural
O encontro iniciou com uma visita institucional ao Sesc Taquara, parceiro histórica do IPC, onde foram apresentadas as ações da Rede Nacional de Escolas Livres e debatida a importância do Sistema S no apoio à cultura. Em seguida, o Sesc recebeu o Encontro Escolas Livres, que reuniu representantes de entidades culturais de cinco estados: Ceará, Distrito Federal, Goiás, Rondônia e Rio Grande do Sul.
“O que vivemos aqui foi uma experiência profunda de aprendizado coletivo. Taquara mostrou sua potência como território cultural, capaz de acolher, inspirar e provocar reflexões importantes para a construção de políticas públicas inclusivas e conectadas com a realidade dos territórios”, destacou Vanessa Sanches, coordenadora-geral do IPC.
Participações locais e saberes populares
O evento também contou com a presença de artistas e lideranças locais, como a jornalista cultural Lidiani Lehnen, o poeta Armando Severo, representantes da Diretoria de Cultura de Taquara, a vereadora Mônica Faccio, a artista Ana Coronas e a professora e costureira Maria Elena, de 84 anos, que emocionou os participantes ao compartilhar sua trajetória de ensino intuitivo e afetivo.
Um dos momentos mais marcantes foi a apresentação do Plano Político Pedagógico do IPC, que pauta sua atuação na valorização da cultura popular, no diálogo entre gerações e no protagonismo de comunidades periféricas. O instituto atua como Ponto de Cultura reconhecido pelo MinC e é membro da Rede Nacional de Escolas Livres por meio da Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura.
Segunda fase ampliou os horizontes da articulação
A partir do dia 17, a residência deu início à sua segunda fase, recebendo novos representantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em uma série de encontros em locais simbólicos de Taquara. Estiveram presentes organizações como a FETAC (TO), ONG GAPES (PE) e a ASTEQ (GO), aprofundando debates sobre sustentabilidade de projetos culturais, uso do TransfereGov, políticas de cultura viva e formação pedagógica libertadora.
“O IPC tem sido uma referência nacional em metodologias educativas que respeitam os saberes populares e a diversidade. Vivenciar essa troca em Taquara, com tanta escuta e generosidade, fortalece nossas práticas e nossas redes”, destacou Patrícia Farias, da ASTEQ.
Projeto é realizado em parceria com o MinC
A residência faz parte do projeto Arte e Cultura em Movimento, realizado pelo IPC em parceria com o Ministério da Cultura (MinC), por meio do termo de fomento nº 949517/2023. Ao todo, a iniciativa reforça o papel das Escolas Livres como espaços de formação cultural acessível, com base na escuta, na valorização das identidades e na construção coletiva de políticas públicas culturais.